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Crenças Ciganas

Na sua origem, as crenças religiosas dos ciganos eram pagãs, porém, com passar de muitos séculos de nomadismo, eles acabaram assimilando uma mistura de credulidades e ensinamentos não-pagãos. Apesar de preservarem suas tradições, tiveram que adotar (pelo menos, aparentemente...) outras crenças religiosas para evitar conflitos... Essa tática não deve ser vista como submissão, e sim, como proteção. Além disso, o cristianismo proporcionou, de modo não intencional, motivos suficientes para que as práticas e as crenças mágicas ciganas sobrevivessem sob a aparência e a respeitabilidade da igreja. 
  Contudo, temos que nos conscientizar que a essência desse povo, mais do que qualquer outro, é prezar a liberdade do espírito. Por isso, reservam-se o direito de escolher e adquirir tudo o que lhes parece mais benéfico e de maior qualidade. Esse ato de escolha se adequa aos lugares que irão viver ou às crenças que irão adotar. 
  A mitologia dos ciganos da Ásia central diz que houve, no seu passado, um intenso culto ao Sol, representado por " OBERTSSHI", o "deus" solar. Em algumas regiões, a Lua também era concebida como uma divindade (os ciganos escandinavos a chamavam de " ALAKO").
  Durante o período da Lua cheia, todas as tribos ciganas costumavam reunir seus membros para celebrar não só casamentos, como, também, batizados. Portanto, a Lua cheia sempre foi e continua sendo um de seus melhores momentos para celebrações e trabalhos com a magia cigana.
  Uma das celebrações solares mais difundidas é a de " SHANTI", o festival dedicado a " GANESHA", a divindade indiana que possui uma cabeça de elefante. Os ciganos do Ocidente celebravam estas festas durante a época do " LUGANASADH", o Sabá da noite de Agosto, dos seguidores de Wicca (embora alguns a celebrem no solstício de verão, porém ainda dedicado a  " SHANTI"). 
  Os ciganos não gostam de olhar diretamente para Lua, pois acham que pode trazer má sorte para quem o faz.
  O culto ao Falo também  tem sido atribuído aos ciganos, pois ele é uma forma de homenagem comum a diversos lugares da Índia ("terra natal" dos ciganos), juntamente com as reverências a " SHIVA" e  a veneração do " LINGAM" (órgão genital masculino) e do " YONI" (órgão genital feminino).
  O culto ao Falo pode ser observado em diversas religiões primitivas através da história, pois o mesmo era símbolo efetivo de fertilidade. Como exemplo, podemos citar o deus escandinavo Freyr (Froh na Germânia), normalmente representado com enorme órgão sexual, o que simboliza seu potencial de virilidade e capacidade de fecundação. Outro exemplo, seria o do Orixá africano Exú que, com seu gigantesco falo, simboliza não só a virilidade mas, também, o elixir da vida, no mundo Iorubá.
  O termo " KAR"  era a forma pela qual os ciganos da Iugoslávia (atualmente subdividida em vários outros países) se referiam ao órgão genital masculino, e era uma palavra tão sagrada, que chegou a ser incorporada nas preces dos ciganos.  O batismo cristão também é aceito, porém por motivos nada empáticos à Igreja. O fato é que os padres, nos batizados, davam dinheiro para as crianças que recebiam o batismo. Os pais (ciganos), então, levavam o mesmo bebê, aos Domingos, em diversas igrejas, e em cada uma delas ela recebia um nome diferente. Essa criança era diversas vezes "emprestada". Sendo assim, até mesmo os recém-nascidos, geravam uma boa renda.
A língua Romani possui o termo "DUVVEL" ou " DEVEL" ou "DEL" para significar Deus e "BEM" ou " BENG", para o diabo.
Os ciganos consideram o Sol ,a Lua, o Céu, as Nuvens e as Estrelas como Deus, e não têm o hábito de consebê-Lo como um Ser antropomórfico. Já o diabo, é visto como uma força negativa, em vez daquela divindade pejorativamente diabólica que todos nós conhecemos.
Os" KALDERASH" , grupo étnico no seio dos ciganos, acreditam que Deus não é o criador do mundo. Para eles, esta Terra na qual vivemos, sempre existiu e além disso, é a mãe de todos nós. Se referem à Terra como " DE DEVELESK" : a Mãe Divina.
Bamboleo e Lamento Cigano - Gipsy King - Alex Flores
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